Há quem diga que a quarta temporada é a pior de Glee. Depois da morte de um dos atores principais do seriado e repensar bastante sobre a volta, Ryan Murphy (principal autor da série) decidiu tentar recuperar a essência de Glee que vimos na primeira e na segunda temporada, perdida na terceira e na quarta. A pergunta é: ele conseguiu?
Glee perdeu praticamente toda a sua audiência na quarta temporada. É incrível a diferença se compararmos a primeira e a segunda das seguintes: até a personagem principal, Rachel Berry, enfrentou uma mudança enorme. De arrogante e mesquinha, foi para amiga de todos e mais preocupada com seu namoro e com seu melhor amigo do que com sua carreira. A Rachel da primeira temporada nunca faria isso; mas a da terceira propôs ao Kurt que ela ficasse em Lima, com ele, até ele conseguir a vaga para NYADA.
A linha do tempo não ordenada de Rachel: Segunda, terceira, quarta e primeira temporada.
Na quinta temporada, Ryan pretende retornar com essa Rachel egoísta, deixando um buraco de linearidade enorme. Na quarta, vimos Berry tendo um ataque de diva, mas logo sendo controlada por seu ex namorado gigolô, Brody Weston, e seu melhor amigo, Hummel. Na quinta, depois de perder o amor da sua vida, a garota volta a ser o poço de egoísmo que era antes - mas, sem antes, mostrar como ela superou a morte de Finn: com uma tatuagem. Depois disso, Rachel volta a ser "feliz" e até tentada a estabelecer um novo amor.
O novo provável casal de Glee: Sam Evans e Rachel Berry
Já no começo da season, temos uma homenagem aos Beatles nos dois primeiros episódios. Love, Love, Love tem o começo de um relacionamento e a consagração de outro. O namoro de Artie e Kitty começa a se desenvolver, e a loira, que até o fim da quarta temporada era considerada má, se torna boazinha. Mais um erro de linearidade. Já para o casal "Klaine", Kurt e Blaine, o casamento é proposto. O episódio gira em torno de Blaine e do seu medo da recusa de Hummel - o que era esperado, devido a falta de apoio dele em relação ao matrimônio de Finn e Rachel na terceira temporada. Mas não, Kurt aceita, deixando seu namorado e agora noivo extasiado e feliz.
No núcleo de Nova York, a protagonista da série aparece cantando Yesterday, uma das músicas mais bonitas dos Beatles, regada a muita emoção. Na estreia do primeiro episódio, a morte de Cory Monteith já tinha acontecido, e na cena, Rachel olha para fotos do personagem dele e sentimos a saudade de Lea e da personagem.
O segundo episódio chega com a continuação da homenagem aos Beatles e com um nome sugestivo: Tina In Sky With Diamonds. Todos os episódios de baile tem uma história fraca, mas esse foi diferente. Tina Cohen-Chang, até então a "excluída" de Glee, faz uma campanha enorme para se tornar rainha do baile. Nesse episódio, uma nova cheerleader má é inaugurada: Bree, que vem das profundezas do inferno para sabotar a primeira conquista verdadeira da asiática. No clima do remake de Carrie, Tina ganha a coroa, mas logo é banhada por um balde imenso de slushie em cima do palco. O que era para ser um dos melhores momentos da vida da garota é transformado num filme de horror, mas seus colegas cantam Hey Jude, Kitty (sim, a ex garota má) dá o seu vestido para Tina e ela recebe a coroa.
No núcleo de NY, Rachel finalmente consegue seu papel de Fanny Brice na peça Funny Girl, uma história que está sendo repetida desde a quarta temporada, e Santana começa um novo relacionamento com Dani, a personagem de Demi Lovato. Inclusive, é extremamente engraçado ver como a latina fica desconcertada na presença da outra garota, demonstrando uma insegurança inédita.
O terceiro episódio chega, e definitivamente é o mais triste da série. Intitulado "The Quarterback", Ryan Murphy faz uma homenagem a Cory Monteith e ao seu personagem na série. É nítido o quanto os atores estão tristes e chocados com a perda, e a forma como é representada na série é incrível. Kurt tentando se conformar, Santana e Puck revoltados, Rachel nostálgica e todo o resto extremamente triste, o episódio é centrado em Finn. Em nenhum momento se fala o motivo da morte, mas sim em como ele era com vida. O Finn herói, o Finn líder do New Directions, o Finn irmão do Kurt, namorado da Rachel e amigo de todos. Promovendo uma enxurrada de lágrimas, The Quarterback se consagra como um dos melhores episódios da série, apesar de ser por um motivo horrível. Sentimos sua falta, Cory!
Depois disso, temos um dos episódios piores da quinta temporada e da série toda: A Katy Or A Gaga. Sem história ou nada marcante, AKOAG mostra-se fútil e inútil, mais um daqueles episódios prontos para vender por causa das músicas. Sam tenta namorar com a enfermeira, Marley quer se aparecer para Jake e Adam Lambert entra na série cantando Lady Gaga para entrar na banda cover de Madonna do Kurt. As versões das músicas não ficaram excelentes, e cada vez mais Glee vai perdendo o posto daquela série que trazia músicas antigas para seu convívio.
Um dos pontos altos do episódio: Adam Lambert ou Elliot "Starchild" cantando Marry The Night.
O quinto episódio chega, e a vergonha alheia continua. Denominado "The End Of Twerk", entra pra listinha dos "episódios inúteis" da quinta temporada, com histórias forçadas e sem sentido. Tudo começa quando Blaine "The New Rachel" Anderson tem um vídeo seu fazendo twerk (aquela dança da Miley) divulgado na internet. Will parece adorar e logo estabelece como tema da semana, "Twerking". Sue proíbe o twerk no McKinley, e como forma de revolta, o New Directions faz a apresentação de uma das músicas mais machistas de 2013: Blurred Lines. Depois, Unique sofre mais bullying e faz uma versão emocionante de If I Were A Boy, trazendo lágrimas aos meus olhos. A história de Wade é uma das poucas que ainda tem algum apelo emocional em Glee, fazendo-nos pensar que praticamente todos os travestis/transexuais sofrem aquele tipo de preconceito. E agora vem mais forçação de Glee: Wrecking Ball. Bree, a cheerio do inferno volta e decide agora destruir o namoro de Marley, falando a garota que Jake a traiu. Sentindo-se triste, Marley sobe na bola da Miley e canta, mas poupa-nos da visão do martelo. Amém.
No núcleo de NY, Rachel aparece com o cabelo curto no estilo de Barbra e começa a ensaiar para sua personagem, Fanny Brice, cantando I'm A Woman, Not A Man com seu colega de elenco. Como dois lindos melhores amigos, Kurt e Berry decidem fazer uma tatuagem juntos, onde, como já foi supracitado, Rachel eterniza o nome do ex-namorado na sua pele.
Pior vergonha alheia de Glee, definitivamente.
Movin' Out chega para amenizar um pouco o que The End Of Twerk fez. Aos poucos, Glee vai se despedindo do New Directions e fazendo todos os seniors procurarem suas futuras carreiras. Em um tributo a Billy Joel, o episódio foca em Sam e Blaine indo pra Nova York se candidatar a suas faculdades e empregos - Blaine em NYADA, seguindo os passos do noivo, e Sam indo fazer uma entrevista e modelando. A partir daí, o casal "Samchel" dá o ar das graças, e parece que realmente Ryan está planejando colocá-los juntos.
Em Lima, Artie tenta ajudar Becky a ir para uma faculdade, Ryder e Jake brigam de novo por Marley e nos dá a sensação de que cancelar o núcleo de Ohio irá fazer, realmente, a série ficar melhor.
Sétimo episódio da quinta temporada, Ryan está tentando recuperar a audiência da série diante do fracasso da quarta temporada... E eis que surge Puppet Master. Descendente de Big Brother (3x15) em que as atenções estavam focadas em Blaine, PM serve como o melhor da temporada se você ama o Anderson, e o pior se, como eu, você não suporta mais as atenções demasiadas direcionadas a ele. Para pessoas como nós, tenho uma adição: Todo mundo, repito, TODO MUNDO odeia o Blaine nesse episódio. Foi com muita alegria que vi Kitty mandando-o calar a boca, representando 70% do fandom naquela hora.
Basicamente, o noivo de Kurt tenta demonstrar nesse episódio que é realmente The New Rachel. Mandão, irritante e arrogante (lembrando a Berry na primeira temporada), o ex-Warbler decide comandar o New Directions de vez e mandar todo mundo fazer o que ele quer, daí o nome do episódio: Puppet Master significa algo como "mestre dos bonecos", representando assim como Blaine vê seus companheiros de grupo. E para se redimir, o que ele faz? Cria bonecos de cada um. SIM, GENTE!!!!!!!!!! BONECOS!!!!! Ryan zoa com a nossa cara.
Em NY, Kurt faz seu primeiro show grande com sua banda, Pamela Lansbury, e vê o grupo finalmente tendo sucesso.
PS: Não sei o que foi mais bizarro = sonhos entre Sue e Will, Blaine com seus bonecos ou a performance inteira de The Fox.
Chegamos ao fim do resumo, e a um dos episódios mais esquisitos de Glee. Previously Unaired Christmas difere de todos os especiais de Natal da série, que vinham sempre recheado de boas ações, lágrimas e muita fofura. PUC é um episódio de flashback, acontecendo alguns meses antes do tempo atual da série (como se fosse depois do episódio 4x04, Break-Up). Tudo por causa da FOX, que proibiu o episódio de ser passado na última temporada. Mesmo com mudanças, ainda vimos algumas falhas. Confuso? Demais. Kurt e Santana solteiros, o McKinley High querendo fazer uma peça de Natal... Nada tão difícil de se ver.
Praticamente o ep gira em torno da peça. Brigas pelos papéis, Tina querendo aparecer e uma decisão conjunta de quem seria Maria, incluindo até um ato de racismo no meio. Kitty só aceitou o papel quando viu Unique fazendo-o e achou um 'absurdo'. +1 ponto pra Glee, que já tinha 1 depois de Blurred Lines (que, claramente é uma música sobre um estupro). O ato bom, creio eu, foi ter dado o episódio de Jesus para Becky, mas não acho que tenha sido louvável como o dos outros anos. Bem, fazer o quê.
Em NY, Kurt, Rachel e Santana arrumam um emprego como elfos num shopping. Pra seu azar, o Papai Noel atrasa, chega bêbado e eles são vaiados, mas logo depois tiram a sorte grande. Cody, o novo Santa Claus, aparece e Kurt leva-o pro seu apartamento e toma um lindo golpe. Acorda amarrado na cama (cena constrangedora e traumática) e claramente tendo sofrido um roubo. Ótimo episódio de Natal, não?
Os outros dois episódios já lançados serão comentados em reviews separadas por serem, definitivamente, o novo começo de Glee! Até lá!
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