Livros: Resenha - Princesa Adormecida

Nome: Princesa Adormecida

Autora: Paula Pimenta

Editora: Galera Record

Páginas: 192

Classificação: ★ ★ ★ ★| ♥
Sinopse: Era uma vez uma princesa... Você já deve ter ouvido essa introdução algumas vezes, nas histórias que amava quando criança. Mas essa princesa sou eu. Quer dizer, é assim que eu fiquei conhecida. Só que minha vida não é nada romântica como são os contos de fada. Muito pelo contrário. Reinos distantes? Linhagem real? Sequestro? Uma bruxa vingativa? Para mim isso tudo só existia nos livros. Meu cotidiano era normal. Tá, quase normal. Vivia com meus (superprotetores) tios, era boa aluna, tinha grandes amigas. Até que de uma hora pra outra, tudo mudou. Imagina acordar um dia e descobrir que o mundo que você achava que era real, nada mais é do que um sonho. E se todas as pessoas que você conheceu na vida simplesmente fossem uma invenção e, ao despertar, percebesse que não sabe onde mora, que nunca viu quem está do seu lado, e, especialmente, que não tem a menor ideia de onde foi parar o amor da sua vida. Se alguma vez passar por isso, saiba que você não é a única. Eu não conheço a sua história, mas a minha é mais ou menos assim... 


Após o sucesso de seu conto em "O Livro das Princesas" (resenha aqui), Paula Pimenta foi novamente convidada pela Galera Record a criar suas versões para contos de fadas já conhecidos pelo público. "Princesa Adormecida", o primeiro de uma coletânea com cinco livros, apresenta a versão de Paula para "A Bela Adormecida", tendo como base a animação da Disney.

Anna Rosa, ou Áurea Roseanna, foi criada por três tios superprotetores: e teve uma infância muito privativa. Desde os 5 anos, ouve histórias confusas sobre sua origem e perde-se na explicação dos tios, que envolvia reis, princesas, uma promessa de morte e um país que nem está no mapa.

Agora, aos dezesseis anos, Rosa gostaria de ser como as amigas do colégio interno, que curtem os fins de semana entre compras e festinhas. Não poderia, porém, desapontar os tios, que lhe proibiam de ir para qualquer outro lugar onde houvessem pessoas desconhecidas. Esta recomendação é ignorada na noite do aniversário de Clara, que não imaginava as consequências e surpresas que sua fuga trariam.

Antes de qualquer coisa, devo dizer que este é um dos livros mais bonitos que vi a Galera Record publicar. O trabalho da editora, tanto gráfico quanto de revisão, está impecável. Com artes lindas na capa, contra-capa e nas páginas, torna-se impossível não gostar da edição. Suas folhas, em papel 90g, dão a impressão de um livro maior, com mais conteúdo. Por isso, terminei as quase 200 páginas e tomei um susto com a rapidez. Foram menos de três horas!

Embora tenha bebido da fonte de Walt Disney, Paula presenteou seus leitores com uma história originalíssima. Enquanto Aurora é coadjuvante de sua própria história, Áurea é protagonista desde seu primeiro contato. Sua personalidade é sutil, destemida e suas dúvidas são características da sua idade, aproximando-a dos leitores mais jovens. No entanto, a abordagem ao conto original perde-se em alguns momentos, deixando gosto de quero mais em diversos aspectos. Gostaria de ter conhecido melhor a vilã.

A escrita de Paula continua rápida e muito fluida. Seu talento para criar cenas envolventes começa a aparecer, dando alguns momentos de tensão ao enredo. Suas descrições são simples e não fazem rodeios ou tatibitates, coisa que gostei muito.

Apesar de tantos pontos positivos, fiquei muito desconfortável com a relação virtual entre os protagonistas. Quando introduzido à história, Phil é um contato de celular sem foto ou identificação, que manda mensagens carinhosas para uma garota de recentes 16 anos. Sua lábia faz com que Áurea se apaixone por ele, encontrando o amor através do celular. Tendo um público infantil tão grande, Paula deveria ter se preocupado com o perigo que este ato apresenta à crianças e adolescentes. Sabemos que histórias de amor em livros quase sempre têm final feliz, mas a vida real é dura. Pedófilos usam as mesmas táticas de Phil e Áurea poderia tornar-se uma estatística de crianças molestadas por serem seduzidas por perfis falsos. Espero que os leitores de visão crítica menos apurada considerem este caso como algo isolado, que não acontece a todo momento e que, acima de tudo, é fictício.

Não costumo imaginar pessoas para as personagens dos livros que leio, mas a personalidade doce e atrevida de Áurea e seu talento para a música me pegaram em cheio. Passei o livro todo imaginando a Bruna Rocha dando vida à tal Princesa Adormecida. Será que a Paula aprovaria minha escolha? E vocês, imaginaram outra pessoa para Rosa?


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